quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

PERNAMBUCO FALANDO PARA O MUNDO

Cobri o Janeiro dos Grandes espetáculos no ano passado.
Fui credenciado. Não lembro de outro jornalista que tenha ido ao Recife para isso.
Fui pela Revista Bacante, embora tenha realizado matérias e críticas
para o Jornal da Paraíba.
Tive credencial com acesso aos espetáculos
e fui colocado na van dos curadores
para transporte.
Em nenhum momento houve qualquer restrinção
ao meu trabalho.
Todavia, este ano, ao pedir a credencial,
fui informado de que os organizadores
"não gostaram nada da matéria que eu fiz na edição passada".
A alegação foi de que eu expus intimamente
curadores, jurados e críticos.
Quem quiser tirar as suas próprias
concluões,
clique aqui e veja toda a matéria:
http://www.bacante.com.br/critica/anjos-de-fogo-e-gelo-o-fogo-da-vida

A revista Bacante tem uma característica
própria de unir reflexão ireverência e humor.
Ano passado me desliguei do grupo de discussão,
pedi meu afastamento da revista por dedicação
a projetos pessoais.

A solicitação do credenciamento
seria para que eu cobrisse o Janeiro dos Grandes espetáculos
pelo jornal da paraiba,
que na edição de hoje trouxe toda a programação do festival
em uma matéia de meia página -
a despeito do evento ser em outro estado,
algo não muito comum. (veja matéria em anexo)
Mesmo assim, fui informado de que não me credenciaram
nem pela Bacante, nem em nenhum outro veículo
em que eu "esteja envolvido".

MEsmo assim,
eu estarei aí em Recife. Mesmo tenho que pagar os ingressos.
A negativa do credenciamento não vai me impedir a cobertura.
Que será feita pela revista Bacante.
Abraço
e a gente se vê em Recife.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

fim da mostra, mas não o fim do blog

A mostra se foi.
Não fui ao show do Nóbrega. Melhor e mais apropriado
seria um espetáculo convidado para o encerramento do que
um show musical.
Engraçado, se fosse um festival de música,
duvido que eles encerrassem com uma peça.
A música vai tomar conta do mundo.
Dia desses, fui chamado pra ia pra uma feira
literária. Cachê? Não, estamos em defesa da cultura,
vc vai divulgar seu nome, damos passagem e hotel.
Só que a programação tinha, sim, uns músicos - eles
estão em todo lugar cumprindo a ordem
estabelecida pelo mundo a de que é proibido
fazer silêncio - só que eles não estavam lá
em defesa da cultura. Todos, como bons trabalhadores,
recebiam sua grana.
Totalmente a favor que eles sejam pagos.
totalmente contra eu sair de casa pra não ganhar
indo trabalhar no evento dos outros.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

resposta do Evandro


Se você estava na platéia porque não nos procurou para saber porque montamos este espetáculo ? não, preferiu nos
ofender ou acha que nós também somos funcionários de jornal para responder as suas perguntas? temos problemas? temos, agora sua forma medíocre de criticar é que o torna pequeno e sem valor para todos aqueles que compõem a classe artística! o que vc vai ganhar com isto ? ...e quer saber continue com seu...o que são 4 anos de platéia diante dos meus 15 de palco? se são bons ou ruins, O PROBLEMA É MEU, o teatro não vai acabar com o meu péeessimo trabalho, no mínimo não o terei na platéia e isto não fará diferença não sei nem que o é ! Por tanto meu nobre, "cada um no seu quadro", o seu trabalho é criticar,o meu é atuar. Dos meus erros depende seu trabalho, agora dos seus acertos não preciso para nada...
Vejo que sua sinceridade só serve para você, falar é fácil ,ouvir é oooooutro problema.

Não perca mais tempo com este trabalho, já mostramos para você que não somos capazes, deixe-nos
fazer nosso trabalho em paz. O mais importante deste festival foi a platéia , e dela sabemos muito bem o que achou!

Passe bem !


Evandro Oliveira.

Cobertura da mostra no jornal e resposta do grupo

Escrevi esse texto na edição de ontem (26/11/2009) do Jornal da Paraíba

Por qual razão contar a história da enfermeira inglesa do século 19? Será que não há um assunto ou tema mais próximo de nossa realidade? O que se quis dizer com uma montagem como Florence Ninghtingale com boa parte do elenco que nem sabia falar direito? E o que dizer do tom carregado e melodramático de A Outra Mulher de Adão? E ainda, por que uma atriz com 44 anos de teatro como Anunciada Fernandes não cuida melhor de uma produção, deixando-se levar por um histrionismo antiquado em A Liberdade de Amélia?
Teatro é retrato de um tempo, de um povo. Quando mais afastado da nossa realidade, mas ficará vazio não só de espectadores, mas de ideias. (AB)

Hoje, o email do jornalismo do Jornal da Paraíba, recebeu essa mensagem do grupo:

"Resposta ao AB"

É realmente gratificante ver pessoas que se dizem tão cultas agredirem outras com a
maior cara de pau. Ridículo o comportamento do jornalista , um tal de AB , que vem sabe lá de onde
agredir os humildes trabalhos feitos com tanta dificuldades e sem o menor apoio. QUEREMOS APOIO E NÃO CRÍTICAS !
Se o senhor AB acha nosso trabalho ruim, faça por onde nos apoiar, porque se já é tudo tão difícil com um comportamento
desse torna tudo pior ainda, não só para nós, mas para todo o teatro sofrido Paraibano.
Quanto ao questionamento do que devemos apresentar alegando qual a importância de Florence...é, realmente, este Senhor , como bem já disse, vem sabe-se lá de onde, sem conhecer nossas dificuldades e o que quer mesmo ver é cultura nordestina!
Ao que parece, não devemos representar, épicos, clássicos, ou contar a vida de mais ninguém....
volte para sua terra , tranque-se no seu quarto e vá fazer suas poesias.
Passe bem!

Escrevi uma resposta para o grupo e mandei também para o e-mail do jornalismo

Olá, pessoal da companhia de teatro encantos.
Grato pelo email. É sempre bom quando alguém escreve, melhor do que o silêncio.
Em primeiro lugar, não houve nenhuma "agressão com a maior cara de pau".
Teci alguns comentários sobre a escolha do tema e a dicção dos atores.
Quem apresenta um trabalho artístico público, cobrando ingresso e integrando
uma mostra estadual de um órgão público, pago pelo contribuinte,
deve saber que qualquer atividade pública está passível de observação, comentário,
critica - aos que não querem se alvo disso, que não exponham seus trabalhos.
Se você acha o meu trabalho rídiculo, é uma opinião sua e as opiniões alheias
devem ser respeitadas, podem ser passíveis de contestação.
Meu trabalho corresponde não só os comentários que fiz, mas há 4 anos
cubro na área de teatro, acompanho as estreias, faço críticas,
escrevo reportagens, cubro festivais. Esse ano, por exemplo, eu já assisti
67 espetáculos em São Paulo, Paraná, Ceará, Pernambuco, Natal,
além de ter ido aos festivais de Curitiba, São José do Rio Preto, Guaramiranga,
prática eu já venho fazendo há praticamente 4 anos.
Minhas ações são custeadas do meu próprio bolso, na maioria dos casos.
Viajo, invisto na minha formação, sei que é importante para quem escreve sobre teatro
ter um repertório sólido e acompanhar a produção teatral contemporânea.
Se o seu trabalho é humilde e sem apoio,
humildade e falta de apoio não podem ser salvaguardas para nada,
não consigo compactuar com essa auto comiseração que só faz com que as coisas
permaneçam como estão. É um discurso reacionário que eu não assino embaixo.
Se você querem apoio e não críticas, mandem um email para o FIC Augusto dos Anjos,
para o FMC ou para o BNB de Cultura, eles são os órgãos de apoio e não um jornal
E por falar em apoio, na edição do dia 12 de novembro nós apoiamos sim a peça, divulgamos a apresentação
dela com matéria ("Peça fala de pioneira da enfermagem") escrita por mim inclusive.
Acho que a questão não é só emitir juízos de valor sobre o que seja bom ou ruim,
quem lê o jornal da paraíba, há 4 anos escrevo críticas de teatro nesse jornal, sabe
que corro léguas desse tipo de postura. Outra, não tenho outra maneira
de apoiar vocês que não seja divulgando o trabalho e oferencendo a minha opinião,
como já venho fazendo.
A todo tempo sou chamado de alguém que "vem sabe-se lá de onde", quem vai ao teatro,
a qualquer estreia, a qualquer peça, sabe quem eu sou, porque, se você ler o jornal da paraíba,
vai saber que lá estou eu não só divulgando como exercendo o meu ofício crítico.
Se eu não conheço as dificuldades? Conheço sim, mas, pensa uma coisa: pra o seu grupo,
não para mim: aonde vocês irão com esse discurso de coitadinho, de miserável,
que precisa de alguém que apoie e passe a mão na cabeça? Pra onde vocês querem ir;
o que vocês querem ser?
Não disse q não se deve montar épicos, clássicos, nem contar a vida de ninguém,
só não entendi a conexão entre a nossa realidade, os nossos problemas
em uma história de uma enfermeira inglês do século XIX - o que você quis dizer
com o seu espetáculo?
Quanto a trancar-se no meu quarto e voltar para minha terra,
desmonta o discurso de que você não me conhece, nem sabe de onde
eu venho.

email da companhia de teatro encantos

É realmente gratificante ver pessoas que se dizem tão cultas agredirem outras com a
maior cara de pau. Ridículo o comportamento do jornalista , um tal de AB , que vem sabe lá de onde
agredir os humildes trabalhos feitos com tanta dificuldades e sem o menor apoio. QUEREMOS APOIO E NÃO CRÍTICAS !
Se o senhor AB acha nosso trabalho ruim, faça por onde nos apoiar, porque se já é tudo tão difícil com um comportamento
desse torna tudo pior ainda, não só para nós, mas para todo o teatro sofrido Paraibano.
Quanto ao questionamento do que devemos apresentar alegando qual a importância de Florence...é, realmente, este Senhor , como bem já disse, vem sabe-se lá de onde, sem conhecer nossas dificuldades e o que quer mesmo ver é cultura nordestina!
Ao que parece, não devemos representar, épicos, clássicos, ou contar a vida de mais ninguém....
volte para sua terra , tranque-se no seu quarto e vá fazer suas poesias.
Passe bem!

quinta

Quinta é dia de dobra no jornal. Cheguei esgotado ao teatro. Vi só algumas coisas da mostra paralela, preferi ficar por ali flanando, tomando uma dose de vodca. Os dois espetáculos da mostra oficial eu já tinha visto, "Os sete mares de Antônio", de Tarcísio Pereira e "Esparrela", de Fernando Teixeira.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

quarta

Romance do Conquistador - O que esperar da Cia Paraibana de Comédia? Nada além do que eles vem propondo sempre, um teatro de escracho, um humorzão rasgado. É isso que eles vendem e quem compra não pode reclamar de ter o produto enganado... Receberam o prêmio Myriam Muniz, da Funarte, montaram um texto de nossa primeira dama do teatro, dona Lourdes e fizeram tudo em casa, com o elenco com o qual já fazia os pastoris profanos e foi dirigido por Edilson Alves, encenador da companhia... Teatro popular, colorido, mambembe... e faltando ainda um entrosamento já característico do grupo que, individualmente, sabe o que render em termos de comédia.

A farsa do poder - Tava lembrando hoje de grupos musicais que surgem para um projeto e se acabam. Exemplo? O Dirt Mac, brincadeira que reuniu John Lennon, Eric Clapton, Keith Richards e Mitch Mitchell, baterista do Hendrix, um time e tanto... Mas, de vida curta. Os fodidário é meio que uma pequena seleção do teatro paraibano. Tem gente da Piollin (Thardelly Lima), do Bigorna (Fabíola Morais, Dudha Moreira), do Coletivo Alfenim (Daniel Porpino)... O melhor de tudo é que os caras estão em cena se divertindo... o ritmo flui, o espetáculo segue... Os desmandos das políticas de Cudimundo, do desvio de verba, das subserviências, são bem presentes, não é à toa que os cacos com a política local fazem tanto sucesso.

Giomar, a filha da mãe - Texto também de dona Lourdes. Direção de Marcos Pinto, que divide a cena com Melânia (tô sem o sobrenome dela agora... depois pego). Acho que o texto era um monólogo, para um ator só. Uma revisão da história do Brasil. Um enfoque especial na entrada dos judeus pelos Nordeste, espécie de obsessão temática de Dona Lourdes... Com músicas, colorido, máscaras... Eu fico me perguntando porque há tanto desses elementos no teatro paraibano? Quais as nossas questões, os nossos problemas, o nosso cotidiano? Eu não vejo muito isso no palco não - ok, to transcendendo a peça do Marcos - mas é que parece que há dois mundos - o do teatro e o real - e um de costas para o outro